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terça-feira, 16 de novembro de 2010

O CORRETO E O JUSTO

O Padilha, vocês devem se lembrar, tem uma mulher de fechar o comércio. Ele é amigo do Soares, um desses homens que gosta de contar piadas, chega a fazer da palavra uma arte; sua mulher não é lá essas coisas, mas é de uma simpatia cativante, apesar de ter pés feios. Os casais gostam de jantar fora, beber um vinhozinho, nada mais.
Mas a mulher do Padilha é qualquer-coisa e Soares num desses jantares não se conteve, tirou o sapato e começou a buliná-la por baixo da mesa. Um olhar cá, outro lá, ela gostou.
Padilha, apesar do vinho, percebeu, era escoladão, vinte anos de praia. Mas ficou puto !
Aguentou firme, aquilo não ia ficar assim: cantou a mulher do amigo, ela entrou numa boa.
Isso tá parecendo samba-canção do Lupicínio.
Combinaram uma tarde no motel, encontraram no estacionamento do Carrefour, e seguiram juntos. Ninguém é de ferro, os dois queriam dar o troco nos outros dois.
Foi uma tarde quase feliz, deu até certo.
Saindo, troco dado, qual não foi sua surprêsa, cruzaram com os outros dois. Entrando.
Soares saiu do carro, chamou Padilha para um acerto de contas. Suspense.
- Isso não está correto. Vamos deixar o dito pelo não dito e cada um vai pra casa com a sua !
Ao que Soares argumentou, com razão:
- Meu caro, pode não ser correto, mas não é justo ! Você está saindo, e eu ???

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