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quinta-feira, 4 de junho de 2009

AS RETICÊNCIAS...



AS RETICÊNCIAS...



Outro dia recebi um e.mail fazendo várias perguntas, era um teste de personalidade. Respondi, e como não tive resposta, ficou por isso mesmo. Ou não gostaram de minhas respostas.


Mesmo assim, usei-as nessa crônica:


Minha vida de aposentado de trabalhos monótonos foi variada, fui estudante de agronomia, lavrador de várias roças, escutador de queixas em cooperativa ou em usina, e tive tempo de ser um não-reconhecido artista plástico, por enquanto, e autor de dois best-sellers, pouco lidos, mas que um dia estourarão. Podes crer.


Na infância, feliz, assisti ao circo Bom Bril às segundas-feiras, ao Teatro da Juventude no domingo cedo, produzido pelo grande Julio Gouvêia, o pouco que sei de história sagrada aprendi com ele. Lembro do Repórter Esso, do dia do fim da guerra na Coréia; Pimentinha e Arrelia também são reminiscências.


Hoje, procuro acompanhar o jornal do Boechat, que faz o nó de gravata mais bonito da telinha, assisto futebol procurando evitar Galvão-chato, segue o Faustão com suas lindas camisas e o cinto estrangulando a cintura. Quando compro o pacote do Brasileirão no pay-per-view, vem uma quinzena de Sexy Hot, de graça. No começo, acho bem bom, festival de chupadas e xoxótas. Mas depois, enjoa... é muita, de uma vez !


Já andei pelo mundo, e 'lugares maravilhosos', como pede o teste, o primeiro que penso é a ilha de Fernando de Noronha, empatado no foto-char com os Lençois Maranhenses. Depois vem, sem sacanagem, Niterói das belas paisagens, não só aquela vista do lado de lá; a baía de São Francisco da Califórnia, Sausalito é uma graça e, fechando, um lugar pouco falado, a mineira Serra da Canastra, onde nasce o Velho Chico.


Quando eu era criança, meu apelido era Izo, na escola foi Zizo, hoje meu step-son me chama de Lulu. Só ele, graças a Deus. É mole ?


Não sou um fanático interneteiro, mas meu xará, minha filha e minha flôrr, me internetam com freqüência. O Xará faz-me rodar o mundo, já fui com ele a lugares remotos, Eslovênia, Capadócia, Islândia, e sua companhia é-me agradável. Minha filha alimenta meu laptop com belos e.mails e também algumas cobranças, muito natural. Minha Flôrr gosta de mandar sacanagens, lindas e excitantes. Sua provedora é a amiga Márcia, rainha da haut coutture carioca (e adjacências).


Não sou gourmet, acho que ter vivido anos em república de estudante deve ter influenciado - fiquei refratário - aprendi comer de (quase) tudo. O que em parte, é bom. Em parte. Mas hoje, não perco um camarão feito pelo meu genro, sempre aos domingos, o bacalhau do Guto, às vezes salgadinho. Tenho boas recordações dos jantares do Incor, tempos de safena. E o sanduíche da Dinéia ou da Bia, dos domingos à noite, são imperdíveis.


Quatro lugares onde me sinto bem, continua o teste. Vou enumerá-los, mas a seqüência não quer dizer preferência.


Andar no calçadão de Copacabana, largo, vista linda, estátuas da Princeza Izabel, Ibrahim, Drummond e Caymmi, turistas variados, de nordestino a escandinavo, prefiro-o a Ipanema, estreito, se bem que lá posso cruzar com o Chico, Madureira, Glória Maria, Márcia, aquela da haut coutture, e sua antipática cachorrinha, que costuma cagar no tapete da sala quando sente saudades do Carlão.

O segundo lugar onde me sinto bem é no jardim da fazenda, noite estrelada, sem lua, apago as luzes do terraço e recito "ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso", Bilac. E conversamos toda a noite enquanto a Via Láctea, como um pálio aberto, cintila... Só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e entender estrelas.

Lugar muito especial é a Torre de Búzios, detalhes não vou dar...

E meu cafofo, que é 'a minha cara', opinião da Flôrr.


Sobre meu sonho de consumo, respondi, aleatoriamente, que um dia ainda terei uma pastelaria na Lagôa, pelo prazer que tenho de sentir o cheiro do pastel. Até enjoar.


Em seguida, pediram-me citar pessoas que gostaria de receber e.mails. Respondi, Isabel Allende, grande escritora chilena; Carla Bruni, um charme ambulante, gostosa e distinta, dois adjetivos que costumam não andar juntos. Barrack Obama, pela nossa torcida que ele dê certo. E nosso futuro presidente da República, ainda não sabemos quem vai ser, mas vai ter que ser bom.


Seguindo, esse ano deverei ganhar a mega-sena - mereço - embora creia que isso possa até dar uma atrapalhada na minha atual, pacata e feliz, existência. Vestir um black tie e acertar na milhar em Monte Carlo também serve.


Esse ano virá mais um neto. Alegria.


E nesse ano ocorrerão as 'reticências' de minha vida, uma coisa não-fácil de antever, mas que com certeza, virá.


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